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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Não são as Circunstâncias que Decidem a Nossa Vida

 "No que diz respeito às escolhas, elas serão sempre suas... 
Assim como as consequências..." 

Quem ainda não aprendeu?
"Cada escolha, uma renúncia" ou "Não se pode ter tudo na vida"...
E que, muito embora concordemos que ninguém é "vítma das circunstâncias", não podemos julgar as escolhas alheias...
Ok... Façamos então um trato... Você fez suas escolhas...tentarei  não julgá-las... esta é minha parte... E quanto à sua??? Bem... você pode começar assumindo-as... e sendo, no mínimo, fiel à elas... Justo, não!?


Ortega y Gasset, in 'A Rebelião das Massas'
 
"A nossa vida, como repertório de possibilidades, é magnífica, exuberante, superior a todas as históricamente conhecidas. Mas assim como o seu formato  maior, transbordou todos os caminhos, princípios, normas e ideais legados pela tradição. É mais vida que todas as vidas, e por isso mesmo mais problemática. Não pode orientar-se no pretérito. Tem de inventar o seu próprio destino.

Mas agora é preciso completar o diagnóstico. A vida, que é, antes de tudo, o que podemos ser, vida possível, é também, e por isso mesmo, decidir entre as possibilidades o que em efeito vamos ser. Circunstâncias e decisão são os dois elementos radicais de que se compõe a vida. A circunstância – as possibilidades – é o que da nossa vida nos é dado e imposto. Isso constitui o que chamamos o mundo. A vida não elege o seu mundo, mas viver é encontrar-se, imediatamente, em um mundo determinado e insubstituível: neste de agora. O nosso mundo é a dimensão de fatalidade que integra a nossa vida.
Mas esta fatalidade vital não se parece à mecânica. Não somos arremessados para a existência como a bala de um fuzil, cuja trajetória está absolutamente pré-determinada. A fatalidade em que caímos ao cair neste mundo – o mundo é sempre este, este de agora – consiste em todo o contrário. Em vez de impor-nos uma trajetória, impõe-nos várias e, consequentemente, força-nos... a eleger. Surpreendente condição a da nossa vida!  
Viver é sentir-se fatalmente forçado a exercitar a liberdade, a decidir o que vamos ser neste mundo.  Nem em um só instante se deixa descansar a nossa atividade de decisão. Inclusive quando desesperados nos abandonamos ao que queira vir, decidimos não decidir.
É, pois, falso dizer que na vida «decidem as circunstâncias». 
Pelo contrário: as circunstâncias são o dilema, sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso caráter."

sábado, 22 de janeiro de 2011

He's just not that into you!!!!


Are you the exception or the rule?



Depois do almoço do D.W.F, onde para variar, em meio a muitas risadas, a classe masculina destroçou na prática da Verdade Nua e Crua, com a qual eu concordo plenamente... (é por isso que adoro ter amigos homens!!!!) lembrei de um texto mais antigo e engavetado, que pensei valer à pena postar, sobre o "filme do século" (tá bom, menos...  mas é que eu adorei tanto, sabe?!!!!)
 "He's just not that into you!" 
Em Português: (bem claro, diga-se de passagem) 
"Ele não está tão afim de você!!!"...


Sinopse maisdoqueenxuta!!!!!

Você realmente gosta deste cara, mas não consegue saber se ele gosta de você. Você inventa desculpas, decide que ele está confuso. Pare de se enganar. Existe uma explicação muito mais simples: ele não está afim de você. Esta é a lição que Gigi vai aprender. Romântica incorrigível, ela sai com Conor, que simplesmente não liga no dia seguinte. Quando ela vai à casa do bonitão, conhece Alex, colega de quarto de Conor e que tem uma visão muito clara sobre o mundo, empenhando-se em mostrar a verdade para Gigi numa viagem ao complicado mundo da mente dos homens.



Rá!!!!!
Quero ver quem vai me chamar de inflexível, inacessível, osso duro, marrenta, turrona, faca na caveira, na bota, ou sei- lá- onde,  agora que Hollywood concorda comigo e o cafa assina embaixo!!!!!
Sempre fui de uma teoria muito prática, e sem muita paciência, no que diz  respeito à dinâmica destas histórinhas e joguinhos chatos e previsíveis que norteiam o "Fantástico Universo das ficadas, rolos, relacionamentos e afins",  e no quesito Atitude masculina, (sim!!!! Porque volto a repetir: "Afinal, rapazes, vocês são Homens ou um bando de donzelas na torre????" ) acho que algumas velhas máximas ainda se aplicam:

1. "Quem não chega chegando não merece respeito"
2.  "Quem sabe faz a hora não espera acontecer"
3.  "O interessado dá um jeito"
4.  "Quer quer, não quer, não quer"

Porém,  sempre fui questionada pelos otimistas (?) de plantão, que carinhosamente me presentearam com os adjetivos supra citados, seguidos das velhas explicações de que nem todo mundo pensa como eu, de que eu não poderia pensar sempre o "pior", e outros blá blá blás dignos de Poliana Moça... 
Ahãm... sei, sei...

"Pessoa certa no momento errado????" 
(Affffffff!!!!!)
"Você merece alguém melhor"????
(Com esse papinho? Com certeza!!!)
"Não sei se estou pronto para dar este passo"?????? 
(Puuuutz)
"É que meu tipo de vida não me permite ter alguém"??????
(Aiii, morde aqui...)
"Não me sinto preparado para assumir um relacionamento" ???
(Leia-se, com você)
"Sumi porque não sabia mais como controlar a situação" ????
(Socorro!!!Alguém chama as autoridades!!!)

Então, ainda sobre o filme... 
Da série  "Li, gostei, e dou de graça à vocês!"  

 (Texto adaptado, de Maria Amália Cursino)  

"Liberte-se de suas teorias equivocadas e suposições infundadas a respeito do que se passa na cabeça dos homens!!!
Se ele não ligar, SIGA EM FRENTE! 

Se ele não aparecer mais, PISTA!
SEGUE O BAILE MENINA!!!!!

Fique tranqüila:O seu perfume estava adequado, sua roupa impecável, seu papo interessante, sua pegada tem todo seu valor, e você, definitivamente, não é de se jogar fora.
A resposta é uma só:

"He's just not that into you!"
(E aí, minha cara, o azar é dele, não seu...)

E, sendo assim, nada de baixo astral, nada de frustrações, nem de desejar a morte do moçoilo...
Simplesmente diga:

"Meu queridinho, tenha uma boa vida, porque eu tenho mais o que fazer!" hehehe
Existe pensamento mais libertador que esse?

PARE DE SER MULHERZINHA E CURTA O QUE FOR PARA CURTIR...

Até porque,só a (falta de) atitude de um "sumiço", mostra bem o grau de educação e maturidade do cidadão...
... E ele pode até SER ou AGIR como CRIANÇA... Mas lembre-se... 
Isso É ELE... NÃO VOCÊ!!!
FREE YOUR MINDS AND SOULS, MY FRIENDS!!!    
SEM MEDO...  JUST LET IT BE!!!"

"O grande lance é relaxar, pessoas! 
Tá tudo acontecendo e eu quero é mais!!!






domingo, 16 de janeiro de 2011

Sempre ela...



Porque quando eu digo que Clarice me entenderia não estou de brincadeira...
Porque perguntam, (e a gente se pergunta) por que, diabos, se escreve...
Porque cada trecho dela parece um pedaço tirado de mim...
Porque sempre existe uma palavra...
Porque deve haver o livro...
Porque ela é o cume...

Fragmentos....

"Quando eu me comunico com criança é fácil porque sou muito maternal. Quando me comunico com adulto, na verdade estou me comunicando com o mais secreto de mim mesma, daí é difícil... O adulto é triste e solitário. A criança tem a fantasia muito solta."

"É quase impossível evitar o excesso de amor que um bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo."

"A vida é igual em toda a parte e o que é necessário é a gente ser a gente."

"A harmonia secreta da desarmonia: quero não o que está feito mas o que tortuosamente ainda se faz. Minhas desequilibradas palavras são o luxo de meu silêncio. Escrevo por acrobáticas aéreas piruetas - escrevo por profundamente querer falar. Embora escrever só esteja me dando a grande medida do silêncio."

 "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."

"... Sei lá porque escrevo! Que fatalidade é esta?"

"Eu só escrevo quando eu quero, eu sou uma amadora e faço questão de continuar a ser amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever, ou então em relação ao outro. Agora, eu faço questão de não ser profissional, para manter minha liberdade".

"Em uma outra vida que tive, aos 15 anos, entrei numa livraria, que me pareceu o mundo que gostaria de morar. De repente, um dos livros que abri continha frases tão diferentes que fiquei lendo, presa, ali mesmo. Emocionada, eu pensava: mas esse livro sou eu! Só depois vim a saber que a autora era considerada um dos melhores escritores de sua época: Katherine Mansfield."

"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada"

"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..."

"Estou à procura de um livro para ler. É um livro todo especial. Eu o imagino como a um rosto sem traços. Não lhe sei o nome nem o autor. Quem sabe, às vezes penso que estou à procura de um livro que eu mesma escreveria. Não sei. Mas faço tantas fantasias a respeito desse livro desconhecido e já tão profundamente amado. Uma das fantasias é assim. Eu o estaria lendo e de súbito, uma frase lida, com lágrimas nos olhos diria em êxtase de dor e de enfim libertação: Mas é que eu não sabia que se pode tudo, meu Deus!" 

"...há impossibilidade de ser além do que se é - no entanto eu me ultrapasso mesmo sem o delírio, sou mais do que eu, quase normalmente - tenho um corpo e tudo que eu fizer é continuação de meu começo...... a única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais...."

"Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la."

"Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor.Que tem que ser vivido até a última gota.Sem nenhum medo. Não mata."

"Minha liberdade é escrever. A palavra é o meu domínio sobre o mundo."

 "Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada."

"Vocação é diferente de talento. Pode-se ter vocação e não ter talento, isto é, pode-se ser chamado e não saber como ir". 

"Nem todos chegam a fracassar porque é tão trabalhoso, é preciso antes subir penosamente até enfim atingir a altura de poder cair."


"Sempre conservei uma aspa à esquerda e outra à direita de mim.”  


A paixão segundo G.H. -  Clarice Lispector